The universe sings and dances to many rhythms - the long, slow wearing down of moutains; the steady march of the seasons; the staccato alternation of day and night; the wheeling of the sun, the advance and retreat of the moon. To live in a woman's body, especially, is to share in this flux and flow of the cosmos because a woman's awareness is constantly drawn to the natural pattern of fertility reflected in her own menstrual cycle1.
A palavra menstruação está etimologicamente relacionada com "lua", derivada do vocábulo latino mensis (mes) que, por sua vez, nos remete para o termo grego mene (lua).
Idealmente o ciclo feminino deve estar sincronizado com os ciclos lunares: ovulação durante ou perto da lua cheia, considerada a altura ideal para conceber - a lua cheia representa a mente consciente - e a menstruação perto ou durante a lua nova, altura em que o sol absorve mais as energias da terra, fazendo com que a terra chame o fluído menstrual. Alinha-se assim o útero à necessidade de renovação e reposição de energias.
Os ciclos que não estão de acordo com as luas reflectem desequilíbrios maioritariamente causados por uma dieta quantitativa ou qualitativamente inadequada, má digestão, factores emocionais (medo, vergonha, raiva, rancor), pouca actividade física, descanso insuficiente (sobrecarga de trabalho, sexo, viagens, exercício ou actividades semelhantes), poluentes ambientais.
A Ayurveda considera a menstruação como uma dádiva - um tempo de purificação para o corpo, mente e espírito feminino. É uma oportunidade que a mulher tem para contactar com os seus fluxos, os seus movimentos, os ciclos, a sua criatividade, para aprofundar a relação consigo mesma.
O processo mobiliza todas as toxinas (ama), expelindo-as através do sangue menstrual. Estas toxinas são o acumular de tudo o que não foi correctamente digerido, quer na forma de alimento, percepções ou emoções. Mas claro que o resultado depende do alinhamento da mulher com a Natureza. Esta purificação fica a cargo de apana. Apana vayu é o aspecto energético responsável pela circulação e movimento físico, desperdícios e fluídos corporais descendentes e para fora do corpo. Quando em equilíbrio, apana vayu direcciona o fluído menstrual, contribuindo assim para a harmonia da mulher. Se ocorrer uma obstrução, o ama não eliminado pode espalhar-se pelo corpo, provocando quistos no ovário, miomas, vaginites, endometriose, entre outras desordens. Este movimento descendente contribui para renovar o vínculo com o útero materno e com o elemento terra, além de reactivar a capacidade de receber energia que provém deste elemento.
Recomendações:
- Repousar, reduzindo as várias actividades que temos em mão durante este período
- Meditação, contemplação, cânticos, dança, oração, ... ou qualquer outra prática que viabilize a introspecção. Fluir com a consciência, abrindo-nos à comunicação com o corpo e a mente
- Meditação, contemplação, cânticos, dança, oração, ... ou qualquer outra prática que viabilize a introspecção. Fluir com a consciência, abrindo-nos à comunicação com o corpo e a mente
- Respirar de forma focada
- Exercício leve: yoga, tai chi, caminhada, ...
- Nutrição adequada: refeições pequenas, leves, quentes e moderadamente condimentadas, com base em grãos (arroz, millet, amaranto, couscous) e vegetais frescos. Evitar alimentos frios e pesados (carne, fritos, a maior parte dos lacticínios). Uma óptima sugestão é kichadi. Chá de pétalas de rosa, flores de hibisco.
- Evitar o banho de imersão durante os dias de maior fluxo, dando preferência ao duche. O elemento fogo, o dominante na memória cósmica do sangue, deve seguir o seu ritmo sem ser perturbado pela persuasiva água.
- Evitar actividade sexual
- Evitar tampões - para além de impedirem um fluir natural, também encorajam a ideia de que podemos agir "normalmente" durante esta fase ...
- Evitar cozinhar. A memória cósmica da comida está imbuída de prana, uma energia ascendente. Por sua vez o sangue está instilado com apana vayu, descendente. Como tal, são poderosas energias que não jogam...
É tempo de celebrar a menstruação como uma fonte de poder feminino, através de rituais de purificação, agradecendo esta oferta e retribuindo-a à Mãe Terra.
Fontes:
TIWARI, Maya. Women's Power to Heal, North Carolina: Mother Om Media, 2007
SVOBODA, Robert. Ayurveda for women, Vermont: Healing Arts Press, 2000
1MUTKANANDA. Nawa Yogini Tantra, Bihar: India, 2006, p. 31