Pare.
Fique quieto.
Reserve
tempo para respirar e refletir. A doença é a única condição que
dá a licença irrefutável de sair imediatamente da batalha diária
para criar o espaço neces- sário para se retirar dentro de si. Para
levar vantagem nessa oportunidade, precisamos localizar um engano
comum que atrapalha nosso processo de cura e o converte em uma
batalha árdua.
Devemos
descartar noções errôneas como “Eu não tenho como conseguir
tempo para mim agora”, ou “Eu tenho muitos compromissos” ou
“Não tenho como criar tempo para isto”. Só damos uma pausa
longa, pro- funda quando encaramos um desafio maior.
A
primeira maior regra de cura é que nada é mais importante do que o
nosso bem-estar, e para isso a arte da pausa é nosso maior remédio!
Cada crise de cura tem sua razão profunda para nos permitir
reconhecer que o caminho da doença é sagrado na condição de quem
somos naquele momento.
Quando
aprendemos a ver a doença como um tempo para descanso e resolver um
conflito interno – uma pausa necessária que nos dá a chance de
voltar aos nossos corpos físico, emocional e espiritual – podemos
começar a dissolver karmas negativos e expulsar feridas, doença e
desespero.
Enfatizo:
para cultivar essa consciência devemos dar uma pausa, refletir e
ficar com o que parece estar quebrado dentro de nós.
Devemos dar um passo atrás, relaxar e deixar de lado a vida corrida, criando um espaço simples e acolhedor longe da bagagem das nossas condições presentes.
A
meditação da Luz Interior provará ser útil para cultivar a pausa,
para estabelecer mente, emoções e incertezas.
Lembre
que a questão não é encontrar respostas imediatas sobre o dilema,
mas descobrir as perguntas certas. Essa clareza vem naturalmente da
mente que é equilibrada em alívio enquanto processa a turbulência
de pensamentos, emoções, culpa, medo, e assim por diante.
Em
autocura, o processo é tudo.
Ao nos
alinharmos do estágio de choque para essa verdade, conseguimos
revelar a caverna escondida de desejos não resolvidos, fraquezas,
medos e feridas transportados de geração a geração, de vida a
vida no ciclo do re- nascimento.
Nossa
doença é só nossa; não podemos viver o karma do outro, ou a sua
doença, felicidade ou processo. Qualquer que seja o desafio ou a
maneira como nos sentimos, a glória e a luta são nossas e o jeito
que passamos por isso o processo é também específico de nosso
karma individual – o conteúdo e o contexto de quem somos nós e
onde estamos no caminho da vida. A meta de qualquer desafio é a
cura, entretanto a única maneira de atingirmos é aceitando o que é
e invocando uma intenção clara de honrar a jornada.
Estamos
melhor preparados para influenciar um bom resultado quando entendemos
o quão crucial é honrar o processo. O processo é geralmente duro
de encarar porque não é tão belo. É viajar para aquele lugar
escondido, com emoções velhas e paradas que precisam ser colocadas
para fora. Se conseguimos encará-lo de cabeça erguida, abrimos para
o espírito e encontramos solução.
Assim,
desenvolvemos a consciência de quem somos, para onde vamos e a
natureza do nosso propósito.
Encontramos
nossas asas de ouro. É a leveza e o bem-estar de existir – o
crescimento que ganhamos traz harmonia, amor e felicidade ao
presente. A cura é como cuidado de mãe, aceitando e amando o seu
eu; requer coragem para abraçar e honrar nosso desenvolvimento.
Mantenha
em mente: esse curso de ação é sagrado e requer uma privacidade
sagrada. Para expulsar a energia negativa, o melhor é criar um
retiro para si e assim conseguir tirar a venda para a honestidade se
revelar. É igualmente importante que o processo seja testemunhado
por uma outra pessoa com quem você se sinta íntimo espiritualmente
e que não o julgue durante o processo.
Cura
não é sobre o que comemos, remédios que tomamos ou quantas aulas
de Yoga fazemos por semana. É sobre como reagimos às escolhas do
estilo de vida todos os dias em relação às refei- ções,
remédios, família, trabalho e outras atividades – e nossas
reações equivalem ao grau de consciência que cultivamos.
Em um
mix complexo, a cura é sobre nosso karma, sonhos perdidos. Desejos
não realizados e, às vezes, a pura realidade da desilusão e
exaustão. A crise, assim como a cura, é uma conexão orgânica da
vida de cada pessoa.
Quando
reconhecemos que essas conexões invocam a energia que cobre e apoia
todas as formas de cura, ficamos inteiros novamente, muito mais vivos
do que antes. Podemos perder para a doença quando respondemos a ela
como uma punição, uma inconveniência ou uma invasora – a doença
vira invasora quando falhamos em reconhecer os dons que ela traz.
Para curar, precisamos saciar o tecido vital da memória e nutrir
todo o ser. Na essência, precisamos reordenar a energia interna que
caiu em desordem e criou a doença. Para isso temos de recorrer a uma
dieta saudável, na maneira que comemos, pensamos, respiramos, nos
movemos para gerar amor por dentro e por fora. Quando nos sentimos
nutridos, ficamos mais conscientes e intuitivos.
Cada
um de nós tem um poder inato de curar, de amar e de ser inteiro.
Não precisamos de educação escolar ou disciplina espiritual
intensa, ou de práticas holísticas em tempo integral para nos
nutrir.
O
obstáculo mais crítico no caminho da cura é a falta de honestidade
para conosco em permanecer presentes com nossas questões, e encarar
a verdade de quem somos e onde estamos na jornada de vida. Antes de
chamarmos isso de fé, devemos cruzar essa conexão crítica: é a
mesma conexão para cada um de nós, independentemente do estudo, dos
antepassados, da cultura. Assim que conseguimos dar voz à
verdade do nosso ser interior e dizer: “Basta!”, “Não quero me
machucar mais!”, “Quero paz na vida”, “Quero ser feliz”,
atraímos o que precisamos para seguir em frente. A graça
benevolente do universo vem imediatamente nos ajudar. Confiar nessa
verdade é fé. Logo após a fé, vem a cura absoluta: Amor.
Fonte: